Já não escrevo no Fragmentos faz 6 meses?
Aproveitemos as experiências vividas desde então e façamos um saldo.
Muita coisa boa aconteceu.
Muita coisa dura se passou. Sofri, aprendi, cresci.
Amei. Dei-me a um amor desconhecido e quase me afastei dos meus filhos por tanto querer esse amor, preencher o vazio que me consumia.
Precisava faze-lo. Fi-lo. Está feito.
Amei sim. Acarinhei muito.
Fui cuidadoso, meigo, generoso, acho eu.
Mas como alguém já disse, um lamechas!
Sempre muito reprimido, muito racional, liberal ou permissivo demais.
Paciente, desconfiado do meu ciúme, feeling ou paranóia, sempre permitindo mais espaço para o conhecimento do outro ultrapassando os meus limites, perdoando, assentindo.
…não a queria perder.
Hoje estou triste.
Estou com raiva.
Custa-me aceitar a realidade presente.
Preciso fazer um ponto de situação, pôr a relação em perspectiva.
Não quero mais ser uma bengala, isso não é amor.
Não tem pernas para andar.
…não tem pernas para andar.
Fui contestando as afirmações primárias, as que me vinham à mente.
Abafei-as, como que se eles fossem infames, vergonhosas.
Não queria ficar de novo só.
Não quero ficar de novo só.
Isto faz-me lembrar o princípio do “fragmentosresistentes”.…“Como um tamagochi abandonado ao pé da tv”…
Sou repetente, recorrente. Sou carente.
Recaio em atitude, em comportamento.
Volto a ressentir a solidão.
“All that fucking days”… como diria noutros tempos.
…e é nestas alturas que de novo revejo o meu amigo papel,
com quem partilho as mágoas, com quem choro e desabafo os meus mais íntimos segredos, os meus mais íntimos pensamentos, a minha dor mais profunda…
…e raiva, as toneladas de raiva que se transformam depois em serenidade e sabedoria apreendida.
Difícil pô-la em palavras.
É preciso vive-la.
Hoje não quero feedback.
Quero apenas ser ouvido.
Quero apenas exprimir a desilusão e a dor que experimento.
Ahhhhhhhh…que as rosas não deviam ter espinhos.