terça-feira, maio 13, 2008

fragmento61




Sempre chego a este ponto!
O vazio causa-me angústia. Ressinto sentir-me improdutivo.
A minha auto-estima decai e fico com a sensação de que não valho nada, que parasito apenas.
Lá me vou aguentando, aceitando que a natureza é mesmo assim, que há momentos em que é preciso saber estar naquilo que parece ser o vazio mas que é, bem no fundo, uma dádiva, a bonança, uma primavera até, na nossa vida.
A minha reacção primária é fugir ao silêncio, ao vazio, à inacção, mas aos poucos percebo que só quando me permito sentir e ser preenchido por esse estado de quietude é que sei com que se parece a plenitude.


Custa imenso pois é um estado completamente desconhecido e assustador e …eu sou uma gajo cheio de medo do desconhecido!...cheio de medo de parar, de bloquear…de morrer (de ficar paralítico)
…e um gajo cheio de vida, activo, criativo, cheio de ganas de fazer, acontecer, partilhar, brincar…ansioso... um pouco... muito, sei lá!

Rápidamente me revolto nesta apatia, do ficar sentado a marcar ponto e apetece-me, enraivecido explodir e partir, à deriva…de mota, cabelos ao vento, a sentir o ar quente roçar-me a cara, o peito, o corpo e a mente livre!

...Ou a tocar uns acordes a um ritmo de um Blues improvisado no momento!

E a cada dia que passa, noto que a minha vida é como um livro que escrevo, no qual quero contar uma história e acaba sempre saindo outra.

Identificas-te?

kerotati

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