segunda-feira, setembro 04, 2006

fragmento25



O fruto completo de um trabalho de amor está na colheita,
e essa chega sempre na sua estação certa.

Demora tempo até que consigamos ler o que está escrito a preto entre as linhas brancas.

Na consciência infinita, os Universos vêm e vão como partículas de poeira
num feixe de luz de sol que brilha através de um buraco no tecto.
A morte está sempre a observar a vida.
Todos os objectos são percebidos no sujeito e em mais lado nenhum.
Todo o mundo sobe e desce como a ondulação do oceano.

Seja o que for que a mente pense,
é apenas isso que vê.
Aquilo a que as pessoas chamam destino ou vontade divina,
não é mais do que os actos do passado a agir sobre si mesmo.
Tal como o movimento é inerente ao ar,
a manifestação é inerente à consciência.

Cada um de nós desenha um mundo de linhas, formas e cores usando tinta invisível.
O nosso instrumento não é mais do que um minúsculo ponto de consciência,
semelhante à ponta de um lápis a deslocar-se por uma folha de papel branco. (aquilo a que chamamos vida)
No entanto, tudo jorra desse único ponto.
Poderia alguma coisa ser mais misteriosa e , ao mesmo tempo mais miraculosa?
Um ponto infinitamente mais pequeno do que a ponta de um lápis desenha a forma do Universo.
Esse ponto é feito de essência ou mais pura forma do Ser.
A essência é o mistério último porque consegue fazer três coisas em simultaneo;

Concebe tudo o que existe
Torna realidade o que imaginou
Insere-se nessa realidade e mantém-na viva.

Quem sou eu? - És a totalidade do Universo a agir através de um sistema nervoso humano.
Donde vim? - Vieste de uma fonte que nunca nasceu e nunca morrerá.
Porque estou aqui? - Para criar o mundo a cada momento.

Kerotati

1 comentário:

AB disse...

"Cada um de nós desenha um mundo de linhas, formas e cores usando tinta invisível." Exactly, my friend!

Nem sei q dizer.. lol.. tou sem palavras.. este é sem dúvida o post mais lindo q li.
:)
bjo